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Capítulo 32 de 66

1Eis que um rei reinará segundo a justiça, e os príncipes governarão com equidade.

2Cada um deles será como um abrigo contra o vento, um refúgio contra a chuva torrencial; como um fio de água num chão ressecado, e como a sombra de um alto rochedo em terra ressequida.

3Os olhos dos que veem não mais serão ofuscados, e os ouvidos dos que ouvem estarão atentos.

4Os espíritos insensatos se disporão a compreender, e a língua dos gagos falará prontamente e com clareza;

5não mais se qualificará de nobre ao perverso, nem de grande trapaceiro.*

6Porque o insensato profere loucuras e seu coração dá-se ao mal; comete impiedades, forma sobre o Senhor conceitos errôneos, deixa o faminto queixar-se de sua miséria, priva da bebida àquele que tem sede.*

7As intrigas do trapaceiro são desleais, ele maquina desígnios criminosos para perder os humildes com mentiras, e o pobre que faz valer seu direito;*

8o fidalgo, porém, tem pensamentos dignos, e um procedimento nobre.

9Mulheres descuidadas, escutai minha voz. Jovens confiantes demais, ouvi minhas palavras.

10Dentro de um ano e alguns dias, tremereis, indolentes, porque a vindima estará perdida e a colheita, frustrada.

11Fremi, descuidadas, tremei, confiantes. Despi-vos até estardes nuas. Cingi os vossos rins,*

12batei nos vossos peitos, chorando sobre a sorte dos campos férteis e das vinhas fecundas,*

13sobre as terras de meu povo, onde só crescem sarças, sobre todas as casas de prazer da cidade alegre.

14O palácio está deserto, a cidade barulhenta está abandonada. Ofel e a torre de guarda serão para sempre planaltos desnudos, onde vagueiam os asnos selvagens e pastam os rebanhos.*

15Até que sobre nós se derrame o espírito do alto, então o deserto se mudará em vergel, e o vergel tomará o aspecto de uma floresta;

16no deserto reinará o direito, e a justiça residirá no vergel.

17A justiça produzirá a paz e o direito assegurará a tranquilidade;

18meu povo habitará em mansão serena, em moradas seguras, em abrigos tranquilos.

19A floresta será abatida e a cidade, humilhada.*

20Bem-aventurados sereis por semear à margem de todos os cursos de água, e por deixar o boi e o asno sem peias.