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Capítulo 48 de 51

1Suas palavras queimavam como uma tocha ardente. Elias, o profeta, levantou-se em breve como um fogo.

2Ele fez vir a fome sobre o povo de Israel: foram reduzidos a um punhado por tê-lo irritado com sua inveja, pois não podiam suportar os preceitos do Senhor.

3Com a palavra do Senhor ele fechou o céu, e dele fez cair fogo por três vezes.

4Quão glorioso te tornaste, Elias, por teus prodígios! Quem pode gloriar-se de ser como tu?

5Tu que fizeste sair um morto do seio da morte, e o arrancaste da região dos mortos pela palavra do Senhor;

6tu que lançaste os reis na ruína, que desfizeste sem dificuldade o seu poder, que fizeste cair de seu leito homens gloriosos.

7Tu que ouviste no Sinai o julgamento do Senhor, e no monte Horeb os decretos de sua vingança.

8Tu que sagraste reis para a penitência, e estabeleceste profetas para te sucederem.

9Tu que foste arrebatado num turbilhão de fogo, num carro puxado por cavalos ardentes.

10Tu que foste escolhido pelos decretos dos tempos para amenizar a cólera do Senhor, reconciliar os corações dos pais com os filhos, e restabelecer as tribos de Jacó.

11Bem-aventurados os que te conheceram, e foram honrados com a tua amizade!*

12Pois, quanto a nós, só vivemos durante esta vida, e depois da morte, nem mesmo nosso nome nos sobreviverá.

13Elias foi então arrebatado em um turbilhão, mas seu espírito permaneceu em Eliseu. Nunca em sua vida teve Eliseu medo de um príncipe; ninguém o dominou pelo poder.

14Nada houve que o pudesse vencer: seu corpo, mesmo depois da morte, fez profecias.*

15Durante a vida fez prodígios, depois da morte fez milagres.

16E, apesar de tudo isso, o povo não fez penitência, não se afastou dos seus pecados, até que foi expulso de sua terra, e espalhado por todo o mundo.

17Só ficou um resto do povo, um príncipe da casa de Davi.

18Alguns deles fizeram o que é do agrado de Deus; os outros, porém, multiplicaram os seus pecados.

19Ezequias fortificou a sua cidade, trazendo água até o centro; abriu com ferro um rochedo, e construiu um poço para as águas.

20Durante o seu reinado veio Senaquerib, que enviou Rabsaces, o qual levantou a sua mão contra eles; ele estendeu a sua mão contra Sião, ensoberbecendo-se com seu poder.

21Foi então que os seus corações e as suas mãos desfaleceram: sentiram dores como a parturiente.

22Invocaram o Senhor misereclodioso, levantando para o céu as suas mãos estendidas. E o Santo, o Senhor Deus, ouviu logo a sua voz:

23não se recordou dos seus pecados, não os entregou aos seus inimigos, mas purificou-os pela mão de Isaías, seu santo profeta.

24Derrubou o acampamento dos assírios, e o anjo do Senhor os desbaratou.

25Pois Ezequias fez o que era agradável a Deus: caminhou corajosamente pelas pegadas de Davi, seu pai, assim como lhe havia recomendado Isaías, o grande profeta, fiel aos olhos do Senhor.

26Um dia o sol retrocedeu, e o profeta prolongou a vida do rei.*

27Por uma poderosa inspiração ele viu o fim dos tempos, e consolou aqueles que choravam em Sião;

28ele anunciou o futuro até o fim dos tempos, assim como as coisas ocultas antes que se cumprissem.